quinta-feira, 2 de julho de 2009

ZUZU, O MACUMBEIRO DE ARAQUE.


Ano de 1983, comprei um pequeno restaurante na Avenida Bernardo Guimarães, perto do colégio Roma. Com o tempo, fui me acostumando com o novo serviço, e fazendo amizades com professores do colégio, alunos e muitos fregueses ali da savassi. Por mais que eu trabalhava, não conseguia ter o sucesso de meu vizinho ZUZU, que possuía uma pequena lanchonete, sem clientes, pois era muito mal trabalhada, e com uma falta de higiene, que dava gosto. Mas o proprietário, do qual vim a ficar amigo, apresentava um progresso financeiro invejável,com tão pouco tempo no comercio,comprou carro novo, um apartamento, e ate estava ensaiando comprar um caminhão para transporte de cargas, pois, sua verdadeira profissão, era caminhoneiro. Toda noite, após fechar seu comercio,vinha pro meu, tomar umas cervejas, e com isto, descobri sua verdadeira fonte de renda. Era macumbeiro de araque, más só prestava serviços pra mulheres ricas, e inocentes no assunto, “Macumba” Sua especialidade, era separar casais mal casados, e juntar amantes apaixonados. Coincidentemente, eu tinha um garçom (que Deus o tenha) de nome Kadu, que namorava uma senhora rica, casada com um alto funcionário publico federal (presidente de autarquia) que se enquadrava perfeitamente para os trabalhos do Zuzu, pois a mulher queria separar-se marido, velho e rico, e ficar com o Kadu, novo e pobre e ainda viciado em drogas. Mas o marido, não aceitava a separação de jeito nenhum, gostava da esposa, e mesmo desconfiando do seu procedimento, a cobria de jóias, carro zero, e dinheiro. Mas a mulher queria mesmo, separar, e ir morar com o kadu, malandro de primeira classe, que havia feito sua cabeça, pois ali estava a sua mina de ouro, para viver bem o resto da vida. Kadu, que acreditava ser verdade o trabalho do Zuzu, entrosou com o ele, para fazer um trabalho para separar a ricassa do marido, e depois partirem os lucros. Vendo o golpe que estavam armando pra cima da coitada da Beth, tentei dissuadir a mesma a desistir do namorado, más ela estava irredutível e ate me tratou com desdém, achando que eu estava era querendo namorar com ela. Não teve jeito, a arapuca foi armada, e as reuniões eram feitas em uma mesa no meu restaurante. Certo dia, Zuzu me procurou com um cheque da ricona no valor de cinco mil reais, querendo que eu o depositasse em minha conta e liberasse uma parte para ele e outra pro Kadú. Não aceitei, só o faria se soubesse a origem do referido cheque. Zuzu, na maior cara de pau, contou o seguinte. Getulio, você é um cara esclarecido, sabe que na verdade eu não sou macumbeiro, más falo que sou com essas pilantras, que estão passando o marida pra traz, porque se eu não pegar a grana delas, outro malandro vai pegar, e é isso que esta me ajudando a comprar as coisas, que estou adquirindo. E me contou o que fazia, para convencer suas clientes. Primeiro analisava cada uma, para saber até onde poderia ir com suas mentiras. No caso da Beth, ele usou a seguinte tática: Disse lhe que para fazer a separação para sempre e com benefícios para Ela e o kadu, ela teria que ir, sozinha a um cemitério, numa sexta feira à meia noite, pegar um crânio de um inocente enterrado há menos de seis meses, trazer para ele, junto com seis galos pretos, dois kilos de sal grosso, 200 velas de sete dias, cinco litros de pinga de primeira, uma cueca nova do marido, e outras coisas que não me lembro mais. Claro que a infeliz da cliente não iria topar fazer aquilo,ainda mais madame, como era o caso em questão.Ai é que ele então falava que poderia arrumar um coveiro no cemitério que já conhecia o lugar onde havia um inocente enterrado, por dinheiro,pegaria o crânio para o despacho,que deveria ser feito,em uma cachoeira em brumado,na Bahia,numa sexta feira santa,sem que ninguém mais estivesse junto da pessoa encarregada do serviço,pois o espírito TRANCA RUA,iria falar na ocasião como proceder,para o trabalho ser duradouro.Más,se ela não quisesse ir, teria que mandar alguém,más ficava caro, e só seria feito com dinheiro vivo.Essa era o origem do cheque da Beth.Por coincidência,o marido rico, diante de tanta insistência da ex esposa,arranjou uma amante mais nova e liberou a Beth de vez, com uma ótima pensão mensal, uma casa na praia de cabo frio,mais o apartamento que moravam no Gutierrez.A fama do Zuzu cresceu na praça, sua clientela triplicou.Kadú e Beth foram pra cabo frio em lua de mel,más kadu, foi assassinado, naquela semana, numa boca de fumo,onde fora comprar drogas,segundo a Beth..Não ficamos sabendo se a mando do ex marido ou por traficantes da região,para tomar-lhe dinheiro em seu poder,que segundo sua esposa,era muito..moral da estória: O feitiço vira contra o feiticeiro.Neste caso,virou contra o sócio do feiticeiro.Vendi o restaurante,não fiquei sabendo,quantas mulheres mais,o “ feiticeiro” Zuzu ludibriou.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

DOMADOR PREOCUPADO COM O DEFEITO DA MULA


Quando morávamos na fazenda, em alegria, minhas irmãs, eram quase todas solteiras, e ainda tinha as professoras, e as moças, que meu pai criava como filhas. Assim, era um prato cheio para a rapaziada de a região freqüentar nossa fazenda todos os domingos e feriados, na procura de uma delas para namorar. Apareciam muitos candidatos pra elas, mas havia um que era o mais insistente. Chamava se, Jose Marques (filho de João marques Lelé), alem de ser um bom moço, era também um exímio tocador de concertina, um tipo de sanfona diferente das normais na região. Mal amanhecia o dia aos domingos,e não demorava,estava chegando o Zé Marques e sua concertina. Ele era muito educado, muito simpático, tinha um sorriso largo, onde mostrava a sua boca rica, pois possuía varias coroas de ouro nos dentes, aquilo, era moda naquela época. Tomava café,almoçava,tocava sua sanfona, e somente ia embora à noitinha. Ele sempre que aparecia, vinha em cavalos bonitos, bem tratados, e se dizia peão amansador de animais, pois toda vez que alguém lhe perguntava se o animal era dele, ele respondia, que não, que estava era amansando para outra pessoa. Ser peão naqueles tempos era chique, dava a entender que era pessoa de coragem. Más, ele era doido para namorar, era com a minha irmã Geni, que tinha vários pretendentes, entre esses, um primo nosso chamado Artur Agostinho, que não agradava das visitas constantes do Zé Marques, pois na verdade o Zé era mais simpático do que ele, e ainda tocava sanfona para agradar as moças. Artur, e seus amigos, que eram doidos para arranjar um jeito de boicotar o Zé Marques, descobriram que ele estava amansando uma mula, que tinha um defeito terrível,quando o cavaleiro que montava nela ia saindo,tão logo batia as esporas no seu ventre, ela dava uns pulos e peidava e defecava pra todo lado. Não tinha jeito,toda vez que o cavaleiro montava,acontecia àquela tragédia. Aquela era a chance que o Artur e sua turma, esperavam, pois, pensavam,quando o Zé chegasse à fazenda para visitar as meninas,na hora da despedida ia ser aquele show dado pela mula, e como o Zé era muito ignorante, iria ficar sem jeito, e sumir La da fazenda, deixando o campo limpo para eles. Deu mais ou menos certo, pois o coitado do Zé,quando estava chegando à nossa fazenda,prevendo o risco que iria correr com a mula, resolveu deixá-la amarrada em uma cerca bem distante da fazenda, más para seu azar, minhas irmãs, não estavam em casa, naquele dia, e ele, resolveu ir embora mais cedo. Quando estava montando na mula para sair, viu minhas irmãs chegando, de volta de uma visita a casa de nossa avó. Elas, o vendo montado na mula, pediram pra ele, acabar de chegar a nossa casa, e amarrar o animal no lugar de sempre. Ele que já estava a cavalo, e muito preocupado, lembrando o que poderia acontecer, falou; desculpem, não vou não. Uma das minhas irmãs lhe disse, vamos sim Zé, você conversa um pouco com a geni e depois vai embora ta certo?Ele, muito tenso, respondeu: OBRIGADO, NÃO TEM JEITO, EU JA SEI QUE ELA VAI SAIR PULANDO,PEIDANDO E CAGANDO ,VOU EMBORA DAQUI MESMO. Minhas queridas irmãs, saíram sem entender nada, más rindo muito, motivo que acabou de despachar para sempre o Zé Marques.Moral da estória. Desta vez a praga do urubu magro pegou no cavalo gordo