quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ADELINO, O COMEDOR DE TORRESMO

VOCE ME CHAMOU FOI PRA COMER TORRESMO, NÃO FOI?

Num dia de sábado, lá na fazenda, a turma estava capinando perto do curral, e todos se encontravam muito alegres, pois estavam tomando umas pingas, pois era dia de mutirão. Eu estava sentado sobre uma régua do curral os ouvindoeles contarem casos e cantarem seus versos, que por sinal eram muito engraçados. Não demorou, chegou a Adelino Imidio, que chegou meio atrasado, e veio como sempre com sua inseparável camisa verde, pois era a que ele tinha de melhor para sair de casa. Meu cunhado Totoim brasilino, que era muito seu amigo, foi logo falando brincando com ele: Oi compadre, você deve ter muitas camisas verdes dessa, porque todo lugar que você vai você vai com uma verde, o Adelino muito engraçado, foi logo respondendo, primeiro traga os torresmos que você me convidou pra comer, pois vou tomar uma pinga agora, e depois quero almoçar, pois eu vim com o estomago vazio pra comer muito, e quanto à camisa, crioulo como eu, gosta muito de cores verdes, por isso comprei uma porção dessas camisas verdes. Passado as brincadeiras, minha irmã fizinha mandou avisar que o almoço estava pronto e iria mandar trazer para onde eles estavam trabalhando. Chegado a tabuleiro com o almoço, a Adelino foi a primeiro e se servir, e sem nenhum desconfio metro, colocou quase a metade dos torresmos que vieram para a refeição de todos, em seu prato, e começou a comer fazendo um barulho enorme com a mastigação dos mesmos. Meu cunhado Totoim vendo aquela situação, conversou no ouvido do Adelino: Compadre você não tem mesmo educação, não é? Não vê que estes torresmos são pra todo mundo comer?E o Adelino sem mais, nem menos retrucou.! UAI, VOCE NÃO ME CHAMOU PRA COMER TORESMO? E É O QUE ESTOU FAZENDO. TÕ ERRADO OU TÕ CERTO?Meu cunhado teve que ir buscar mais torresmo para completar o almoço dos outros amigos, que assistiam a tudo rindo muito do nosso amigo Adelino, comendo seus torresmos.

A BENÇÃO PADRIM


Em 1988, morando em belo horizonte, onde possuía um supermercado, fui surpreendido certa manhã, com a visita de um rapaz de mais ou menos 18/20 anos, que foi chegando e me tomando a “bênção” se dizendo meu afilhado de batizado. Como já perdi a contas de quantos afilhados tenho, pois fui padrinho de muitas crianças em seus batizados, fiquei sem saber quem era aquele novo afilhado, que chegou sem dizer o nome e de onde vinha. Más, constrangido de não o reconhecer, resolvi tentar uma formula que me ajudasse, a identificar o rapaz sem lhe pedir o nome. Chamei o meu saudoso amigo Alaor, (o careca) que estava logo a nossa frente, e lhe perguntei: Careca, se você adivinhar quem é este moço vou lhe dar um litro de Wiyske que você poderá escolher, pois estava junto comigo quando eu o batizei. Com a vontade que o alaor estava de ganhar aquela bebida, pois gostava demais de beber, Ele começou a conversar e quase estraga meus planos, para saber quem era o rapaz, sem lhe perguntar o nome:.Ele disse,eu nunca vi você batizar nenhuma criança, como posso saber?Então me antecipei e falei o seguinte: Venha cá meu afilhado, conta pra ele quem é você e quem são seus pais, pois ele não esta se lembrando mesmo, e nem da festa de seu batizado, que foi ótima, não vai mesmo ganhar o presente. Foi ai que o rapaz inocentemente falou: Ô meu senhor, eu sou o LAMARTINE, filho do

Chico Basílio, e dona Marieta, lá de Vieiras MG, criados lá na fazenda em Alegria do pai do meu padrinho Getulio. Pronto foi a dica que eu estava precisando, para descobrir o nome e quem era este novo afilhado, que apareceu depois de quase 20 anos depois do seu batizado. Lembrei perfeitamente, que o batizei em uma capela lá de Muriaé MG,em 1968,onde eu estava residindo naquela época. Depois fui transferido para o norte do Brasil, onde morei vários anos, e não tinha mesmo jeito de me lembrar do afilhado LAMARTINE. Más foi bem engraçado o acontecido

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

TENHO 99 E NÃO ME IMPORTO DE INTEIRAR CEM.


Em 1948 mais ou menos, num domingo cedo, chegou a nossa fazenda um homem bem aparecido, boa altura, corpo esbelto, chapéu de lebre na cabeça, camisa listrada e calça de brim caqui, procurando por meu pai, querendo emprego. Como meu pai não se encontrava, ele logo procurou se entrosar com os peões que estavam no terreiro da fazenda, esperando o almoço e preparando-se para montar um potro novo, que deveria ser amansado para cela. Muito falante o visitante foi logo se gabando de ser um peão de fato, fazia de tudo, amansava animais, carreiro dos bons, leiteiro de primeira, e, sobretudo, homem destemido, pois como era um homem do mundo, já enfrentado muitas paradas na vida, e que tinha muitas coisas para pagar no inferno quando morrer, pois sua vida era de perigo constante, pois nunca foi homem de levar ofensa pra casa, resolvia tudo na hora, e modéstia parte sempre ele era o vencedor, por isso já carregava o nome de Perigoso. Os peões logo notaram que ele não conhecia bem a região, pois se conhecesse, não estaria contando aquele papo todo, pois logo iria se estrepar. Acharam que era mais um papudo dos muitos que já haviam passado pela nossa fazenda, e não se deram bem. O almoço ficou pronto, e logo que convidado, Perigoso. não se fez de rogado foi logo entrando pra cozinha e enchendo um prato de fazer inveja, pois o cozinheiro sô. Batista havia feito um cozido com muitos legumes e torresmos e verduras que era muito gostoso, e como foi feito pra muitas pessoas o visitante, que aparentava muita fome, comeu igual a um padre como se dizia antigamente, e ainda tomou umas três pingas, para abrir o apetite. Apos almoçar procurou o primeiro banco que achou e deitou e logo começou a roncar e dormiu por quase uma hora, quando foi acordado por um dos peões,o chamando para montar o potro, já que se dizia eximiu peão. Não deu outra, montou e caiu no primeiro tombo, e foi logo se desculpando, que havia comido muito e estava com medo de insistir, pois estava com o estomago muito cheio. Ficou por isso mesmo, e logo o Sr. Olendino montou o cavalo e começou a amansação do mesmo, que nem deu muito trabalho na primeira vez. Meu saudoso Pai chegou e aceitou dar emprego para o Perigoso, pois pelo menos aparentava ter muita saúde e disposição, principalmente para comer. Más o Perigoso, não sabia era nada de fazenda, pois tudo que era incumbido de fazer se saia muito mal e atrapalhado, só era bom mesmo era no garfo, ali era imbatível. Os peões começaram a fazer chacota dele, e ele muito conversado e desinibido,retrucava,dizendo que eles fossem com calma com ele, pois quem tinha 99 não se importava hora nenhuma de inteirar cem. Aquele tipo de conversa dita pelo moço se espalhou e todos ficaram meio desconfiados do novo peão, pois interpretavam como uma ameaça. Pois entendiam que quem tinha noventa e nove mortes, não se importava de matar mais um, e inteirar cem. A fama do rapaz logo se espalhou,e ele muito sabido,começou a tirar proveito daquilo,e onde tinha uma festa,ele logo aparecia, e sem a menor cerimônia,comia e dançava com as moças e mulheres mais bonitas da festa,sempre dizendo,que não tinha medo de ninguém,pois quem tinha 99 não se importava de inteirar cem.Sua fama não durou muito,pois a mentira tem pernas curtas .Havia um peão na fazenda de nome Edson,muito querido de todos,muito reservado, que não tinha medo nem receio de nada,era um terror se ficasse irado,más ,não mexia com ninguém,e respeitava a todos.Num final de semana, houve um pagode na fazenda de um vizinho nosso de nome Belonato,que tinha umas filhas bonitas,e uma delas era namorada do Edson.Não demorou muito o Perigoso que estava sempre presente,tomar umas cachaças e começar a querer aparecer,apesar de avisado para não mexer na caixa de marimbondos que era pedir pra dançar com a namorada do Edson.Ele que já estava meio tonto,nem se preocupou com os avisos,na primeira oportunidade,se aproximou da moça e pediu para dançar com ela,foi a gota d’água,Edson que estava chegando, foi logo dizendo que sua namorada só poderia dançar com ele,e que era pro Perigoso desculpar,más não ia permitir aquela dança.O dia do perigoso era aquele,não se conteve com e pedido de desculpa,e puxando a moça pelo braço foi logo dizendo,venha meu bem,comigo você não corre risco,pois já tenho 99 e hoje acho que vou inteirar as cem,não teve tempo nem de terminar o papo,tomou um soco no rosto e uns 30 chutes e foi arrastado pela camisa ate o parapeito da fazenda e arremessado ao chão, a uns dois metros de altura,e tão logo caiu,saiu correndo todo sujo e arranhado, falando bem alto,agora inteirou as cem coças (surras), fiquem com Deus, que vou baixar noutro centro.Nunca mais tivemos notícias do “Perigoso.”que já deve a esta altura ,se continuado papudo como era ter inteirado é mais de 200, (surras) não acham?.....

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

FAZENDA ASSOMBRADA

Em alegria tinha uma fazenda que foi do Sr João Paulino por muitos anos, tendo ele criado toda sua grande família naquele lugar. Más a fazenda estava à venda pelos herdeiros, depois da morte do velho, más não encontrava compradores na região, porque tinha a fama de ser mal assombrada, devido as almas das pessoas que foram assassinadas lá,segundo a lenda, pelo Sr João Paulino,e os corpos escondidos enterrados na propriedade, e que permaneceram por lá há muitos anos,infernizando quem pernoitasse na casa da fazenda.Como a propriedade era boa e bem situada,apareceu um comprador de caratinga Sr Guilherme Simini,que mesmo sabendo dos boatos,disse não se impressionar com assombrações, pois sabia perfeitamente que elas não existiam,e era pura crença de algumas pessoas.Pois não demorou nem um mês, após tentar dormir na casa da propriedade algumas vezes,o Sr Simini mudou o modo de pensar e estava apavorado com as coisas que aconteciam a noite naquela fazenda.Como era meu amigo,me telefonou oferecendo a dita propriedade por um preço bem abaixo do que ele havia pago,e com um prazo de pagamento bem espaçado. Aceitei a oferta, e comprei a fazenda assombrada. Na primeira semana, mandei o meu sobrinho Joãozinho mudar pra tal fazenda, más no outro dia, ele já estava de volta dizendo que não dava para morar lá, porque a noite tinha uma bagunça danada na casa, e a gente não via nada, más o barulho era infernal, que ninguém conseguia dormir. Não acreditando muito na estória, mandei um colono nosso de nome Manoel Beraldo, que se dizia macumbeiro, e que iria lá resolver o problema rapidinho. Que nada, o moço voltou apavorado, dizendo que apesar da casa não possui luz elétrica, ficava as claras na metade da casa e o resto escuro, e o som de panelas e casca de bananas, sendo jogadas nas paredes era terrível. Fiquei meio cabreiro, e resolvi ir pessoalmente junto com outro sobrinho meu o Edson, verificar em loco o problema. Vocês podem não acreditar, mas quando adentrei a casa com uma lanterna bem grande acesa, pois era noite, ouvi uma voz muito tremula em um quartinho na entrada da casa, que me disse: Volte só, que eu preciso de sua ajuda, para me libertar daqui, más, pelo amor de deus, venha sozinho e urgente. Meu cabelo ficou igual a Bombril, e eu fiquei até com as pernas bambas.Não falei nada com o Edson e fomos pra sua casa que era pertinho da propriedade, comentando que não havia nada mesmo ali,era puro medo das pessoas que passaram por lá.No outro dia,sai cedo e impressionado com que havia ouvido,fiquei pensando como eu iria resolver o problema,pois tinha certeza que ouvira a voz do Sr. João Paulino,pois eu o conheci em vida,e toda sua família também.Volte pra casa cansado,e resolvi que no outro sábado eu iria sozinho enfrentar a situação, e que situação.Na noite de sexta feira 13,cheguei só e Deus na fazenda, e fui logo entrando,e deparei com uma coisa dormindo no chão do quarto onde tinha ouvido a voz pedindo socorro.Cheguei perto e vi, uma coisa esquisita,dormindo no chão de boca aberta, eu olhei pra dentro dele, era ôco, tinha uma perna que era de osso,mas de vaca e tinha ate uma bota, a outra era de angico, tinha até um nó.Sua boca era desdentada, amarrada com arame farpado,fechada por um cadeado,acordou me olhando, com os olhos vermelhos arregalados, com um facão torto e enferrujado na mão, levantou se e sumiu na escuridão.Perdi o jogo das pernas e fique imóvel, e se o relógio não despertasse, eu teria morrido ou perdido a hora do serviço.Dei graças a deus por ter acordado e saído daquele pesadelo.Más, acreditem ou não, resolvi o problema do espírito do Sr João Paulino,em varias reuniões espíritas que fizemos em minha casa, e no fim ele foi encaminhado para um hospital espiritual nas alturas, e sumiu de vez lá da propriedade,que posteriormente eu vendi,com um lucro até bom.

BAIXA O BAMBU, NEGRADA

Num domingo ensolarado, fomos todos para o campinho de futebol que existia na fazenda. Era dia de jogo entre o nosso time, contra um time que viria lá de Santa Filomena. O estranho foi que muito dos jogadores de ambos os lados, de estavam jogando com roupa comum e de chuteiras, más, a maioria portando armas de fogo na cintura. Achei aquilo muito esquisito, más conversando com os presentes, fiquei sabendo que era assim mesmo, pois se tivesse alguma divergência, todos estando armados era mais fácil de ser contornada. E o jogo começou, e era butinada pra todo lado, más briga mesmo não estava acontecendo, o jogo estava indo bem. Engraçado mesmo era meu cunhado Antonio Basílio pegando no gol de nosso time com botas sete léguas ao invés de chuteiras. Nosso time atacava sempre, más nada de fazer gol, e o de santa Filomena atacava muito menos, más toda bola chutada ao gol era fatal, passava, e por isto o time deles já estava ganhando por 4 a 0 no placar. “Somiro Dutra, que era nosso vizinho e amigo, depois de ter tomado umas pingas, começou a gritar alto e sem parar, gente BAIXA O BAMBÚ, senão nós” tamo” perdido,vai ser uma carroçada danada hoje.Outro cunhado meu José Fernandes o chamou e disse-lhe,compadre Somiro pare com isso,pois esses rapazes estão todos armados, com o sangue quente pela disputa, e você ainda quer botar fogo mandando BAIXAR O BAMBU, isso é muito perigoso, e o Somiro, naquela sua calma e simplicidade de sempre falou: Não é nada do que você esta pensando,compadre, eu estou dizendo e pra abaixar o pau do gol,que foi feito por mim e eu fiz de bambu, e abaixando o bambu do gol vai, ficar mais difícil d’eles fazerem mais gol no nosso time.TA explicado,eu estava entendendo outra coisa,falou o Zé Fernandes.O jogo terminou bem,sem brigas, e no final todos comemoraram e se despediram e a vida continuou como sempre lá na roça.