sábado, 27 de junho de 2009

ISSO AQUI,É MUITO GRANDE.


Meu pai era uma figura impressionante, sempre muito alegre, bem humorado, trabalhador, amigo de todos ricos ou pobres para ele era a mesma coisa, amigo dos filhos, enfim, francamente, se tivesse jeito, eu gostaria de ter nascido com o espírito de meu querido e saudoso pai. Em qualquer lugar que ele estivesse lá estavam seus amigos o rodeando, ora querendo remédio, ora um conselho, alguns querendo fazer negócios, uns querendo rir de seus causos, enfim, ele vivia rodeado de pessoas. Nunca, vi meu pai triste, ou reclamando de alguma coisa, por pior que fosse a situação no momento. Ele transbordava otimismo. Ele tinha um tique nervoso, (coçava o saco, quase toda hora). (Quando estava conversando ou contando causos então, era maior ainda essa incidência) Ele era um ótimo tratador com homeopatia, e quando alguma pessoa doente o procurava, ele prontamente o atendia, e quase sempre indicava dois, ou mais medicamentos, e quando ia ensinar como tomá-los, fazia mais ou menos assim: Você toma este, senão houver melhora, (ai ele coçava o saco) e continuava, você toma esse, que vai ser batata, vai te curar, e entregava o outro medicamento. O coitado do cliente, não falava nada, más devia pensar, não vou tomar de jeito nenhum. Certa feita, ele estava fazendo um financiamento pelo Banco do Brasil, e precisou do fiscal do banco ir a nossa fazenda, refazer o cadastro de meu pai, que estava desatualizado, nós estávamos todos no terreiro da fazenda e o fiscal começou a fazer algumas perguntas ao meu pai, sobre a propriedade.\Num certo momento, Palmerindo, (fiscal do banco), perguntou: Sr Sebastião, quantos hectares o senhor tem nessa propriedade, ele respondeu, assim de cabeça eu não sei, mas, (ai ele começou a coçar o saco) MÁS ISSO AQUI, É MUITO GRANDE, MUITO GRANDE MESMO. Palmerindo, pessoa da melhor qualidade,sorriu e disse,é melhor a gente ver a sua escritura, não é Sr Sebastião?Ai vamos saber realmente o tamanho, da propriedade, Ficou por isso mesmo, e fomos almoçar. Na volta pra cidade, fazendo alusão ao acontecido, Palmerindo, brincou: Essa vida de fiscal é muito dura, más é engraçada, tem horas, que a gente tem de evitar ver o tamanho das coisas no olhometro, não é?Pode ser perigoso, não acha?Melhor mesmo, é a gente ver os documentos. Meu pai, não entendeu nada, más concordou no ato, o senhor tem toda razão, documento é documento.

Um comentário:

Muito obrigado, espero que tenha se divertido.