sábado, 20 de junho de 2009

NEGRITO,ASSUMIU A PATERNIDADE


Em1980 ocorreu, um caso engraçado dos muitos que aconteciam na fazenda. Num sábado, chegando cedo, fui procurado por meus parentes, (vou declinar nomes), para ajudá-los a resolver um problema grave acontecido há tempos, más, só agora vindo à tona. Um boletim de ocorrência na delegacia de Simonésia,mg chamando, um dos envolvidos para ir prestar declaração sobre seu envolvimento com uma menor (13 anos) que havia sido engravidada e estava acusando esse parente de ser o pai da criança. Eles, antes,já tinham tomado algumas providencias, tinham C$NVENCID$ o delegado, Sr Manoel Marques, a maneirar no inquérito. Até o prefeito JORJÃO, estava na parada ajudando, porque, éramos fortes eleitores dele. A surpresa maior foi quando perguntei quem havia feito a ocorrência: Informaram que tinha sido a mãe da menor, más que, eles já haviam subornado ela e o marido com 200 pratas, pra aceitar o que iria ser falado com o Delegado, que também estava ciente de tudo e iria apenas cumprir a ocorrência do “bo” e o arquivaria o processo, encerrando o caso. Até ai, tudo bem, más quem iria assumir a gravidez da moça?Não acreditei más foi verdade. O Nego Miguel, (Negrito) era o pai da criança, Ganhou 500,00 para assumir tudo. Argumentei que não iria dar certo, pois como uma menina bonita daquela, poderia cair na cantada de um peão, sujo, feio, velho, desdentado, analfabeto, e ainda pinguço como o nosso querido negrito!O responsável pelo “crime” falou!Tio pode nos levar sem medo, os pais estão sabendo, e menina já concordou também, pois, ela já transou com tanta gente daqui, que ela mesma, não sabe realmente quem é o verdadeiro pai da criança. Tudo bem, lotada, a caminhonete e partimos pra Simonésia, pois estava quase na hora da apresentação na delegacia. No caminho, por sorte, encontramos o Professor Lucio, nosso amigo e vizinho de fazenda, que se prontificou a ir conosco, como advogado do Negrito. Combinado o esquema, chegamos e fomos direto pra delegacia. O prefeito, e o delegado já estavam a postos, meios calibrados de pinga, e o circo estava armado. Quando o delegado chamou os envolvidos, entráramos, eu, os pais da moça, ela, os meus parentes, que eram uns dez mais ou menos, e o NEGRITO, já cambaleando de tanta cachaça, todo sujo, descalço e muito acanhado. O professor Lucio me falou baixinho, vocês deviam ter arrumado uma roupa nova pro Nego, pois tem gente de fora aqui, e vai ser difícil conseguir provar que ele, é o culpado. Respondi, professor, ta limpo, pode falar sem medo que o delegado vai aceitar tudo calado. Más, o negócio começou a entornar, pois quem inquiriu o Negrito, foi o escrivão de policia, que não sabia de nada. Primeiro, chamou a moça que confirmou que o culpado era o Nego Miguel, ali presente, os pais, também confirmaram. Até ai, tudo bem, mas,quando o escrivão,chamou o Negrito, ele se apresentou daquele seu jeito peculiar, tonto, falando alto, descalço e confirmando que realmente havia ‘FEITO MAL’ a menina umas quatro/cinco vezes, e que assumia ser, pai da criança. O escrivão, perguntou!Onde e quando teria acontecido o “crime” e como ele havia convencido a garota a fazer aquilo com ele. Foi à gota d’agua. O Negrito não tinha sido preparado para responder a esse tipo de pergunta, e saiu com esta resposta. VERSO, AUTORIDADE, GANHEI ELA NO VERSO. No verso como? Você é poeta? “Não senhor,” Eu tava num pagode, e cantei um verso, e ela gamou na hora comigo. O delegado também meio tonto, vendo que a vaca já tinha ido pro brejo, pediu, pode repetir o verso? E o negrito na maior inocência cantou: O TEMPO QUE TE AMEI/ FOI UM TEMPO ESPERDIÇADO/ANTES EU TIVESSE MORRIDO/COM UMA FACADA NO PEITO/ UM TIRO NOS OUVIDO/NA MINHA CAMA DEITADO. Da pra acreditar? Foi encerrado o processo, más ficou o exemplo do velho ditado. O MAL FEITO, TEM QUE SER BEM FEITO, parece que neste caso, não foi, não é?Más, naquela época, nós podíamos tudo na nossa querida Alegria, concordam?

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